domingo, 26 de abril de 2009

Mas os seus cabelos... quanta diferença!

Lembra-se daquela mocinha que morreu afogada, foi trancada em um poço cuja imagem lembra muito a capa de um disco do Tom Zé, e desde então ela se diverte saindo do televisor das pessoas para arrumar a maior molhação na casa dos outros e matar todo mundo após sete dias? Aquela, sabe?



Então.

Arrisco dizer que a moça aderiu ao visual loira bombada. Trocou os cavalos mortos e o pântano pelos ringes e desde então adotou um estilo mais Kátia Flávia de ser. Dá-lhe Loiraça Satanás!


Infelizmente, o rosto ainda é muito aterrorizante para ser exibido e permanece um mistério...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Twin Peaks – The first peak

“Quem matou a pentelha da Laura Palmer, ô meu?” - Foi assim que o Faustão me apresentou para ela, lá em 1991, quando eu ainda estava aprendendo a escrever. O enlatado Twin Peaks (TP), criado por Mark Frost e David Lynch, tinha acabado de chegar aqui - ou pelo menos a primeira leva dele. Claro que não pude assistir, até porque eu tinha sete anos e a série só passava depois do Fantástico, e nessa hora eu já deveria estar dormindo o sono dos justos. Pois bem, eu não vi. Mas muita gente viu, e põe gente nisso.

No ano em que estreou na rede norte-americana ABC, TP rapidamente tornou-se campeão de audiência. O sucesso surpreendeu tanto a emissora quanto aos críticos e ao público. E o que você tem a ver com isso meu amigo Teen? Tudo, principalmente se você for adepto da Lostmania, ou se já colecionou figurinhas de “Arquivo X”. TP foi o início das bizarrices em séries de TV e abriu caminho nos corações e mentes (perturbadas ou não) de muita gente para narrativas sem linearidade e lógica. A série apresentava um desenrolar denso, que exigia a atenção do espectador para os mínimos detalhes no decorrer de cada episódio, com direito a charadas sem pé nem cabeça, pistas que a gente não sebe se ajudam ou atrapalham e um detetive para lá de excêntrico, que deixa todo mundo com aquela cara de “You must be joking, right?”. Mas calma lá, ainda demorou para eu chegar a saber de todas essas coisas.



De tanto ouvir o jargão “Quem matou Laura Palmer?” eu acabei achando que esse era o nome do seriado. Enfim, o tempo passou, eu cresci mais um pouquinho e com 12 anos a moça atravessou meu caminho mais uma vez. Agora era o livro. Escrito pela filha de David Lynch, Jennifer Lynch, “O Diário Secreto de Laura Palmer" (Editora Globo, 215 pág) relatava em primeira pessoa o cotidiano da personagem, do seu 12º aniversário até poucos dias antes de sua morte. Eu me lembro de ficar chocada por demais com a capa. Que nem o personagem Pete Martell: “She's dead. Wrapped in plastic” - em português, é claro. Na contra-capa uma Laura Palmer rainha do baile, com o sorriso mais montado do mundo. E eu ficava virando o livro para ver como ela era antes e pensava, “Nossa, ela era tão bonita...” - Tá manjando, né? Pois é. Minhas primas mais velhas se revezavam, a turma toda pedia emprestado, todo mundo só pensava “naquilo”. Até que um dia resolveram alugar o piloto da série, que eu achei que fosse “o filme que tinha dado origem a série” – o qual não me lembro de termos visto até o fim. Achei o nome muito engraçado, exatamente por não entender o que significava Twin Peaks, ou seja, “montanhas gêmeas”, ou seja, mais um nome de seriado norte-americano que não tem nada a ver com nada.

Era tão estranho que eu cheguei a confundir com “Mister Mxyzptlk”, aquele inimigo do Superman. A pronúncia é algo como "Miks-yez-pit-lik", ou ainda como "Mix-yez-pittle-ik", mas a verdade é que “não existe uma pronúncia certa para o nome dele na nossa língua” - como se todos falássemos a mesma... Depois também confundi com Greenpeace, mas aí já era piração demais. Resultado: a fila de empréstimos estava muito longa e lá se foi Laura Palmer embora outra vez sem que eu tivesse a chance de saber o que havia acontecido com ela de fato.

Anos mais tarde, eu acho que tinha 16, procurava não sei o que para não sei quem em uma estante, na casa da minha avó e me deparei com ela de novo: dead and wrapped in plastic. Pensei, “agora ela não me escapa”. Passei o resto das férias devorando o livro, que no fim, dei um jeito de roubar. Hoje posso dizer que TP não fica na fronteira com o Canadá não, fica em Minas Gerais. Ou então é uma colônia de mineiros, que para disfarçar, construíram uma serraria em vez de uma mineradora. Êta povo que “come quieto” esse de Twin Peaks. Basicamente nasceram antes da moral e dos bons costumes - aparentemente, é claro. Porque no fundo, no fundo, nem tudo o que reluz é ouro. A começar pela própria Laura. É daquelas moças tão perfeitinhas que dá vontade de matar - mas não fui eu, juro. Entretanto com seus 12 aninhos ela já começa a enveredar por um caminho duvidoso e quando menos se espera: Laura P. 17 anos, drogada e prostituída. Aliás, que atire a primeira pedra quem nunca foi chamada de vadia em Twin Peaks. Parece até a ante-sala do Melrose Place.

E é como se tudo na cidade convergisse para um estilo de vida “escaleno”, por assim dizer. Parece que sempre chove, sempre faz frio, sempre tem árvores balançando, galhos sibilando, corujas que “não são o que parecem”, ruas vazias, bosques para se perder e impessoalidade. Ninguém conhece ninguém verdadeiramente e nem quer conhecer mesmo, tipo: ”eu não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe o que vocês fizeram no verão passado”. E tem outra: pelo diário, a Laura dá a entender que sabe de tudo e de todos. Ou seja, ameaça maior ao life style não tem.

Ela parece ser meio médium também. Daquelas perturbadas, esquizofrênicas, com mania de perseguição. Vive às voltas com um tal de BOB, que ao que tudo indica, é um encosto, que atrapalha bastante a vida da moça. E dá-lhe banho de descarrego pra afastar esse quebranto. Ao mesmo tempo é uma menina com muitos medos e uma mulher senhora de si, cheia de volúpia que deixa os homens no chinelo – que coisa, não? Aí essa versão psicótica de Lolita se envolve com gente muito graúda e acaba com a boca cheia de formiga – porque é assim que o livro termina. Sem contar assassino, nem nada e deixando pulguinhas atrás da orelha e algumas páginas arrancadas. Outro mistério: o livro também foi roubado de mim! (música de suspense). Rá, mas EU sei quem é o ladrão.


Em 2004, quando eu já morava em BH, eis que o destino nos une novamente, Laura e eu. Agora era o filme Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (Twin Peaks - Fire Walk With Me - 1992). Vi e não entendi chongas. Aquela história de tirar papel de debaixo da unha de defunto, anão dançando em sala vermelha, gente falando ao contrário, Laura Palmer com cara de quem tinha saído de um filme do George Romero – o que me deu muito medo, de fato – foram informações que só serviram para me deixar mais perdida. Mas não fui só eu. A “expertise tuinpiquesca” considera o filme mais bizarro que a própria série. Ele narra os acontecimentos da semana anterior ao fatídico dia do assassinato. E o MINISTÉRIO DO SPOILER ADVERTE: Para quem não acompanhou a série, recomenda-se assistir ao filme após os 30 episódios televisivos – coisas que a época da inocência aqui não fez, né? Na verdade, fiz tudo, ao contrário, como se estivesse vivendo na red room. Nhá.

Agora sim, o ano é 2009 e eu vivo no Rio de Janeiro (metrópole, heim?), e posso contar com os caríssimos (em todos os sentidos) préstimos do Grupo Estação. Quer lugar melhor para encontrar filme velho? Fui lá. Aluguei a primeira temporada, assisti compulsivamente, fui trabalhar com cara de zumbi porque fiquei acordada até tarde e tive a triste notícia de que o Grupo Estação NÃO TINHA A SEGUNDA TEMPORADA. Morri. E quem me matou foi Laura Palmer, e a curiosidade, claro.



Mas muita coisa aconteceu depois disso. Tantas que vou ter que deixar para um segundo post – the second peak. Sim, sim, eu consegui encontrar a segunda temporada e eu sei quem matou Laura Palmer. Não foi nada disso que me enganou. Ainda vamos falar sobre os personagens, a trilha sonora, os criadores... Mas por enquanto - "the buck stopped here":


sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cenas do próximo post

"_Sinto te dizer, Laura, mas descobrimos o seu segredinho sujo... Você não engana mais ninguém!"

Bonasera... Bonasera

Marlon Brando (1924-2004)


Porque certas datas a gente tem que continuar comemorando... E hoje seria aniversário do "home".

So, get the butter...

Homenagem bem brasileira/naomebatam:

Dia de quem?

Dia de Eddie Murphy, que faz 48 anos.
Nem há muito o que dizer. Sou fã, sim! Adoro.
Vou até passar gelatina sem sabor no cabelo pra imitar o efeito Soul Glo, ao som de “Chocolate Sensual”.