segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Enquete oral

Querido leitor,

Para você, que motivos levam Kristen Stewart (Crepúsculo) a ficar com a boca aberta o tempo todo?


a) Rinite alérgica

b) Desvio de septo nasal

c) Inflamação das amígdalas

d) Glândula adenóide avantajada

e) Palpite O cinema me enganou – Desilusão. Tá fazendo o filme errado, pois tinha um potencial danado para Brown Bunny...








sexta-feira, 18 de setembro de 2009

nobody puts Patrick in the corner...

But I've had the time of my life...


É isso. Sei que abandonei o blog, mas ando numa vida louca, vida breve (Deus me livre, espero que seja bem longa).

Porém não podia deixar de comentar o passamento do adorado Patrick Swayze. Sim, ele pode ter feito um punhado de filmes bacaninhas, mas para mim o que contou foi Dirty Dancing.

Minhas primas tinham a trilha sonora em vinil. Sabemos a coreografia da dança final de cor e salteado e ficamos todas viúvas essa semana. Nossa last dance foi na minha formatura.
Ficaram ótimas lembranças. Mais que uma passagem pelo cinema, a imagem de Patrick Swayze tem sabor de infância e anos 80. Marcou.

É triste perceber que esses mesmos anos 80 estão indo embora com essas pessoas-lendas. Nem vou comentar MJ...

Como dizem Cel e Estrella, “os próximos anos serão sombrios para a música e o cinema...”
E há aqueles que têm a coragem de colocar em dúvida o talento de Patrick Swayze. Me poupem, né?

Nobody puts Patrick Swayze in the corner...

sábado, 6 de junho de 2009

Whatever you do don't fall asleep


Dificilmente eu escrevo dois posts na mesma madrugada.
Mas em se tratando do aniversário do Freddy Krueger, eu sou obrigada a abrir uma exceção!

Viva Robert Englund!

Que sua vida em nada lembre um pesadelo.

Tanto que eu morri de medo desse homem, gente. Só eu sei... Agradeço de coração ao homem da loja de vídeo games que vendeu o jogo da Pequena Sereia para o meu pai e quando chegamos em casa: voilà: era o jogo do Freddy Krueger!

One, two, Freddy's coming for you. / Three, four, better lock your door. / Five, six, grab your crucifix. / Seven, eight, better stay awake. / Nine, ten, never sleep again.
sleep tight :*

Jesus, apaga a luz!







A espécie nos dias atuais:




Só mudou a chefia....






E depois ainda vêm com esse papo de que não houve evolução das espécies ou a outra teoria igualmente radical de que nada, mas nada mesmo, teve o dedo de Jesus...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"the owls are not what they seem"

Ainda em uma prévia do que vai rolar em Twin Peaks - The second Peak, vamos falar hoje sobre essa adorada (?) ave estrigiforme, das famílias dos titonídeos e estrigídeos: a coruja. Bom, eu não sei você, mas eu não caio nessa de achar que coruja anuncia morte, é bicho agourento, põe os outros “na garupa do Bozo”, essas coisas. Entretanto, vou combinar com David Lynch que, pelo menos no mundo da telinha, da telona, dos quadrinhos, dos cartuns e por aí vai, elas não são o que parecem. Arrolemos (embora não seja essa a ave em questão), então, argumentos que corroborem com essa hipótese.

Caro leitor, seguem alguns exemplos conhecidos de corujas que não são o que parecem:

Corujito

Se tem uma coisa que me lembra o Corujito era a voz de gralha que ele tinha. Começa por aí... Uma coruja disfarçada de gralha? Não sei. Bem poderia ser uma ave de rapina com aspirações a borboleta. Vejamos uma descrição da nossa querida, amada, idolatrada Wikkipédia: “Tais aves possuem hábitos crepusculares e noturnos e vôo silencioso devido à estrutura das penas, alimentando-se de pequenos mamíferos (principalmente de roedores), insetos e aranhas. Engolem suas refeições por inteiro, para depois vomitarem pelotas com pêlos e fragmentos de ossos.”

Ahã, sei. Vamos destrinchar:

“...vôo silencioso devido à estrutura das penas...” - que penas, meu Deus? Aquela coruja E.T. - farsante tinha alguma estrutura felpuda que pudesse ser confundida com uma pena?

Que silêncio? Que vôo silencioso? - Só se for na garupa do Ventania, né? Que aliás, mesmo sendo “cavalo - pégaso” tinha mais penas do que o Corujito.

“Engolem suas refeições por inteiro, para depois vomitarem pelotas com pêlos e fragmentos de ossos...” - pistas de onde saíram aquele bicho que se escondia e perguntava onde apareceu no final do desenho, e o próprio Hordak. Ou seja, o sujeito ta aí, se fazendo de coruja santa quando, na verdade, deu origem ao grande causador das TPMs da She-ra. Ah, essa de vomitar bola de pelo é bem coisa de gato, heim?

Mas não sei não... Algo me diz que aquelas orelhas dele não são gratuitas... Será? Estaria, então, Dumbo disfarçado de Corujito, fazendo bico para a Filmation Studios,
pra pagar uns amendoins? Voto nessa hipótese.

Edwiges
Eu acho que a Ed é sem dúvida a coruja mais garbosa dessa leva. É linda. Mas seria ela realmente uma coruja? Bom, ela já anda na companhia de um rapaz suspeito, que parece sofrer de dupla personalidade. É aquilo, né? Diga-me com quem andas que te direi quem tu és. Ed, apesar de ter carinha de sonsa, também ostenta uma certa superioridade... Tou certa ou tou errada? Carinha de bons amigos, mas, lá no fundo, não se mistura, sabe? Ah, assim, ficou fácil. E não é que a danada ainda fez pepel de mocinha em novela do Manoel Carlos e não trocou nem o nome?

Owl Jolson
Gente, se houve uma coruja que me inspirou pena foi essa. Ô alma sofrida. E tudo porque queria cantar Jazz em uma família de virtuoses em gêneros musicais mais “conservadores”. Pior que o pai ainda esculacha o pobre, jogando-o na rua da amargura. Pra quem não sabe, o desenho é uma homenagem ao primeiro filme falado da história, interpretado por Al Jolson. Com esse histórico de pai repressor-torturador-empresário... Viva Owl Jolson, a coruja mais Michael Jackson desse ranking.


I love to sing-a
About the moon-a and the June-a and the spring-a,
I love to sing-a,
About a sky of blue-a, or a tea for two-a,
Anything-a with a swing-a to an "I love you-a,"
I love to, I love to sing!


Homem-Coruja
É um criminoso que vive num mundo semelhante ao nosso, só que em outra dimensão e com algumas diferenças. Por exemplo, enquanto os integrantes da "nossa" Sociedade da Justiça são super-heróis, os do mundo do Homem-Coruja são bandidos. Coruja, por sua vez, é uma "cópia" do antigo Batman da Sociedade da Justiça (também conhecido como o "Batman da Terra-2"), que integra a Sociedade do Crime. Ou seja, um anti-Batman, um anti-herói, um Macunaíma das HQs, sem a preguiça e a malemolência. E não é o que parece porque parece é um Wolverine-São Patrício. Faltou o trevo de quatro folhas.



Fátima - a coruja indiana

Fatinha é uma coruja que vive na rua Mena Barreto, aqui em Botafogo. Ela sobraça dois elefantes brancos e mora aqui desde 2007. Não sabemos suas reais intenções, mas ela fica numa quadra bem suspeita, em uma encruzilhada, o que nos leva a crer que é uma galinha de macumba disfarçada de coruja. Apesar de tudo, Fatinha é da paz. Simpática, ela não tem bico e parece ostentar duas orelhas de cachorrinho poodle. Diz-se que nas noites ela voa pela praia de Botafogo ciscando farofa de oferenda. Por via das dúvidas, sempre que passamos perto da Fatinha, pedimos licença.

domingo, 26 de abril de 2009

Mas os seus cabelos... quanta diferença!

Lembra-se daquela mocinha que morreu afogada, foi trancada em um poço cuja imagem lembra muito a capa de um disco do Tom Zé, e desde então ela se diverte saindo do televisor das pessoas para arrumar a maior molhação na casa dos outros e matar todo mundo após sete dias? Aquela, sabe?



Então.

Arrisco dizer que a moça aderiu ao visual loira bombada. Trocou os cavalos mortos e o pântano pelos ringes e desde então adotou um estilo mais Kátia Flávia de ser. Dá-lhe Loiraça Satanás!


Infelizmente, o rosto ainda é muito aterrorizante para ser exibido e permanece um mistério...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Twin Peaks – The first peak

“Quem matou a pentelha da Laura Palmer, ô meu?” - Foi assim que o Faustão me apresentou para ela, lá em 1991, quando eu ainda estava aprendendo a escrever. O enlatado Twin Peaks (TP), criado por Mark Frost e David Lynch, tinha acabado de chegar aqui - ou pelo menos a primeira leva dele. Claro que não pude assistir, até porque eu tinha sete anos e a série só passava depois do Fantástico, e nessa hora eu já deveria estar dormindo o sono dos justos. Pois bem, eu não vi. Mas muita gente viu, e põe gente nisso.

No ano em que estreou na rede norte-americana ABC, TP rapidamente tornou-se campeão de audiência. O sucesso surpreendeu tanto a emissora quanto aos críticos e ao público. E o que você tem a ver com isso meu amigo Teen? Tudo, principalmente se você for adepto da Lostmania, ou se já colecionou figurinhas de “Arquivo X”. TP foi o início das bizarrices em séries de TV e abriu caminho nos corações e mentes (perturbadas ou não) de muita gente para narrativas sem linearidade e lógica. A série apresentava um desenrolar denso, que exigia a atenção do espectador para os mínimos detalhes no decorrer de cada episódio, com direito a charadas sem pé nem cabeça, pistas que a gente não sebe se ajudam ou atrapalham e um detetive para lá de excêntrico, que deixa todo mundo com aquela cara de “You must be joking, right?”. Mas calma lá, ainda demorou para eu chegar a saber de todas essas coisas.



De tanto ouvir o jargão “Quem matou Laura Palmer?” eu acabei achando que esse era o nome do seriado. Enfim, o tempo passou, eu cresci mais um pouquinho e com 12 anos a moça atravessou meu caminho mais uma vez. Agora era o livro. Escrito pela filha de David Lynch, Jennifer Lynch, “O Diário Secreto de Laura Palmer" (Editora Globo, 215 pág) relatava em primeira pessoa o cotidiano da personagem, do seu 12º aniversário até poucos dias antes de sua morte. Eu me lembro de ficar chocada por demais com a capa. Que nem o personagem Pete Martell: “She's dead. Wrapped in plastic” - em português, é claro. Na contra-capa uma Laura Palmer rainha do baile, com o sorriso mais montado do mundo. E eu ficava virando o livro para ver como ela era antes e pensava, “Nossa, ela era tão bonita...” - Tá manjando, né? Pois é. Minhas primas mais velhas se revezavam, a turma toda pedia emprestado, todo mundo só pensava “naquilo”. Até que um dia resolveram alugar o piloto da série, que eu achei que fosse “o filme que tinha dado origem a série” – o qual não me lembro de termos visto até o fim. Achei o nome muito engraçado, exatamente por não entender o que significava Twin Peaks, ou seja, “montanhas gêmeas”, ou seja, mais um nome de seriado norte-americano que não tem nada a ver com nada.

Era tão estranho que eu cheguei a confundir com “Mister Mxyzptlk”, aquele inimigo do Superman. A pronúncia é algo como "Miks-yez-pit-lik", ou ainda como "Mix-yez-pittle-ik", mas a verdade é que “não existe uma pronúncia certa para o nome dele na nossa língua” - como se todos falássemos a mesma... Depois também confundi com Greenpeace, mas aí já era piração demais. Resultado: a fila de empréstimos estava muito longa e lá se foi Laura Palmer embora outra vez sem que eu tivesse a chance de saber o que havia acontecido com ela de fato.

Anos mais tarde, eu acho que tinha 16, procurava não sei o que para não sei quem em uma estante, na casa da minha avó e me deparei com ela de novo: dead and wrapped in plastic. Pensei, “agora ela não me escapa”. Passei o resto das férias devorando o livro, que no fim, dei um jeito de roubar. Hoje posso dizer que TP não fica na fronteira com o Canadá não, fica em Minas Gerais. Ou então é uma colônia de mineiros, que para disfarçar, construíram uma serraria em vez de uma mineradora. Êta povo que “come quieto” esse de Twin Peaks. Basicamente nasceram antes da moral e dos bons costumes - aparentemente, é claro. Porque no fundo, no fundo, nem tudo o que reluz é ouro. A começar pela própria Laura. É daquelas moças tão perfeitinhas que dá vontade de matar - mas não fui eu, juro. Entretanto com seus 12 aninhos ela já começa a enveredar por um caminho duvidoso e quando menos se espera: Laura P. 17 anos, drogada e prostituída. Aliás, que atire a primeira pedra quem nunca foi chamada de vadia em Twin Peaks. Parece até a ante-sala do Melrose Place.

E é como se tudo na cidade convergisse para um estilo de vida “escaleno”, por assim dizer. Parece que sempre chove, sempre faz frio, sempre tem árvores balançando, galhos sibilando, corujas que “não são o que parecem”, ruas vazias, bosques para se perder e impessoalidade. Ninguém conhece ninguém verdadeiramente e nem quer conhecer mesmo, tipo: ”eu não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe o que vocês fizeram no verão passado”. E tem outra: pelo diário, a Laura dá a entender que sabe de tudo e de todos. Ou seja, ameaça maior ao life style não tem.

Ela parece ser meio médium também. Daquelas perturbadas, esquizofrênicas, com mania de perseguição. Vive às voltas com um tal de BOB, que ao que tudo indica, é um encosto, que atrapalha bastante a vida da moça. E dá-lhe banho de descarrego pra afastar esse quebranto. Ao mesmo tempo é uma menina com muitos medos e uma mulher senhora de si, cheia de volúpia que deixa os homens no chinelo – que coisa, não? Aí essa versão psicótica de Lolita se envolve com gente muito graúda e acaba com a boca cheia de formiga – porque é assim que o livro termina. Sem contar assassino, nem nada e deixando pulguinhas atrás da orelha e algumas páginas arrancadas. Outro mistério: o livro também foi roubado de mim! (música de suspense). Rá, mas EU sei quem é o ladrão.


Em 2004, quando eu já morava em BH, eis que o destino nos une novamente, Laura e eu. Agora era o filme Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (Twin Peaks - Fire Walk With Me - 1992). Vi e não entendi chongas. Aquela história de tirar papel de debaixo da unha de defunto, anão dançando em sala vermelha, gente falando ao contrário, Laura Palmer com cara de quem tinha saído de um filme do George Romero – o que me deu muito medo, de fato – foram informações que só serviram para me deixar mais perdida. Mas não fui só eu. A “expertise tuinpiquesca” considera o filme mais bizarro que a própria série. Ele narra os acontecimentos da semana anterior ao fatídico dia do assassinato. E o MINISTÉRIO DO SPOILER ADVERTE: Para quem não acompanhou a série, recomenda-se assistir ao filme após os 30 episódios televisivos – coisas que a época da inocência aqui não fez, né? Na verdade, fiz tudo, ao contrário, como se estivesse vivendo na red room. Nhá.

Agora sim, o ano é 2009 e eu vivo no Rio de Janeiro (metrópole, heim?), e posso contar com os caríssimos (em todos os sentidos) préstimos do Grupo Estação. Quer lugar melhor para encontrar filme velho? Fui lá. Aluguei a primeira temporada, assisti compulsivamente, fui trabalhar com cara de zumbi porque fiquei acordada até tarde e tive a triste notícia de que o Grupo Estação NÃO TINHA A SEGUNDA TEMPORADA. Morri. E quem me matou foi Laura Palmer, e a curiosidade, claro.



Mas muita coisa aconteceu depois disso. Tantas que vou ter que deixar para um segundo post – the second peak. Sim, sim, eu consegui encontrar a segunda temporada e eu sei quem matou Laura Palmer. Não foi nada disso que me enganou. Ainda vamos falar sobre os personagens, a trilha sonora, os criadores... Mas por enquanto - "the buck stopped here":


sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cenas do próximo post

"_Sinto te dizer, Laura, mas descobrimos o seu segredinho sujo... Você não engana mais ninguém!"

Bonasera... Bonasera

Marlon Brando (1924-2004)


Porque certas datas a gente tem que continuar comemorando... E hoje seria aniversário do "home".

So, get the butter...

Homenagem bem brasileira/naomebatam:

Dia de quem?

Dia de Eddie Murphy, que faz 48 anos.
Nem há muito o que dizer. Sou fã, sim! Adoro.
Vou até passar gelatina sem sabor no cabelo pra imitar o efeito Soul Glo, ao som de “Chocolate Sensual”.

segunda-feira, 30 de março de 2009

sexta-feira, 27 de março de 2009

O segredo de "Tcheniffer"

Flashdance (1983)
Diretor: Adrian Lyne
Sempre que penso em Flashdance (1983) não tem jeito, minha primeira reação é cantar: “_Glória Pires, Pires, Pire-es...”. Os mais pancados vão entender que eu estou me referindo a “What a feeling”, afinal quem nunca criou um virundum para essa famosa canção de Irene Cara (Oscar-winning theme, by the way)?

Mas Flash não me enganou por aí. Flash me enganou e me encheu de ilusões com estratégias cafajestemente pensadas para tal. Em primeiro lugar, esse filme foi lançado quando eu tinha um ano de idade. Assim, Jennifer Beals só começou a fazer parte do meu mundo pelo menos uns cinco anos depois. O que teve de menina entrando na aula de Jazz não tá escrito. Eu mesma tive vários pares de polainas e arrisquei meus saltinhos.
"Tcheniffer” com suas madeixas escuras, bem ao estilo 80's big hair, que assolou o período, de dia é João e de noite é Maria. Ou seja, durante o dia, a moça se estropia como soldadora em uma fábrica e quando a noite cai, ela pode mostrar seu verdadeiro talento como dançarina.
Isso me remete a duas coisas:
1) Se você quer “brilhar” em alguma profissão de destaque, antes pense em arrumar um emprego como operário durante o dia. Porque, né? Conhecemos outros casos em que isso “deu certo”, inclusive com a mesma quantidade de cabelo.
2) Dançarinas exóticas e presidentes realmente têm tudo a ver, mas isso é assunto para uma outra conversa.
Dançando para não dançar, “Tcheniffer” tem uma vida digna de diva de musical oscarizado. É um diamante bruto, com potencial, mas sem nenhum tato. E, aliás, a falta de tato deveria ser encarada com mais positividade pelas pessoas. Afinal, nada como sermos nós mesmos, né?“Tcheniffer” tem seu final feliz, claro. Final esse que já havia se concretizado antes com a musa inspiradora do filme, Maureen Marder, uma soldadora que virou dançarina. A parte do strip clube rendeu de uma viagem para Toronto e uma saidinha para conhecer a night de lá.
Mas na vida real, Flash quase que não sai. Ninguém acreditava que faria sucesso, nem a Paramount Pictures. Durante muito tempo ele ficou que nem batata quente pulando de diretor em diretor - e não foi qualquer diretorzinho meia boca não. Não fosse o Brian De Palma fazer a caridade de recusar o emprego, não teríamos Scarface (1983).

Foi o tipo da história que começou toda errada, continuou toda errada, mas no final deu tudo certo. Vide blusinha trendy que a “Tcheniffer” usa e virou parte do figurino por acidente, logo após a gola ter encolhido em uma lavagem. Aí, já viu né? Dá uma tesourada aqui, outra ali, põe uma micro-saia e pronto: tá gata.
Por fim, chega o momento que todos aguardavam. Por que Flash me enganou?Simples: porque “Tcheniffer” não é Marine Jahan, nem Sharon Shapiro e MUI-TO ME-NOS Crazy Legs. Caro leitor, vamos voltar às ceninhas de dança, ok? Lembra aquela em que as luzes ficam piscando e a “Tcheniffer” (Fake) Beals aparece com a cara pintada de branco? Observe atentamente: aquela ali pode ser a irmã de “Tcheniffer” (Fake) Beals, pode, ainda, ser a colega de quarto de “Tcheniffer” (Fake) Beals, poderia mesmo eu ter acreditado que aquela é na verdade o pai biológico de “Tcheniffer” (Fake) Beals... Mas, senhores, francamente, ninguém em sã consciência acreditaria - principalmente depois de todas as maravilhas tecnológicas que testemunhamos na indústria cinematográfica pós anos 90 -, que aquela é “Tcheniffer” Beals. Isso, hoje. Mas, naquele tempo eu me deixei levar e acreditei piamente que aquela moça dançava de verdade.
Entretanto, ela tinha três dubles: um para as cenas de dança (a bailarina Marine Jahan), um para as cenas de salto (a ginasta Sharon Shapiro) e um para o break-dancing (o dançarino Crazy Legs – isso mesmo, homem com H). E daí? Bem, e daí que até os produtores esconderam isso da imprensa por um tempo, com medo de que o filme fosse pro brejo. Afinal tudo gira em torno da dança, toda a ilusão de superação e perseverança está ali. E mesmo sabendo que a “Tcheniffer” não tem a obrigação de saber fazer sequer um "Plié, tendu", a gente fica magoado.
Duvidou? Faça o seguinte: pegue o filme de novo (qualquer ilha das Lojas Americanas tem o DVD, e se bobear, por R$9,99) e preste atenção na cena do teste. Enquanto “Tcheniffer” está “causando” de repente o cabelo diminui! A força na peruca não foi suficiente e com aquela empolgação toda, voou. Ainda duvidando? Então quem poderia ser?
Caro leitor, escolha abaixo os possíveis dublês para “Tcheniffer” Beals:







a) Sidney Magal








b) Paul Stanley






c) Yanni








d) Brian May






e) Jennifer Beals

Mas a cena (e música) que eu mais adoro é a da patinação no gelo. Aquela, em que a amiga da “Tcheniffer”, a Jeanie Szabo passa a vida treinando e depois cai. Eu sempre, SEMPRE fico com pena, mas “Gloria” é sem dúvida a melhor música do filme, em minha opinião. Melhor até que “Maniac” do Michael Sembello e obviamente melhor que a trilha sonora das camas redondas, “Leire, leire, leire, leireeee”, ou "Lady, Lady, Lady" de Joe Esposito. Depois disso, ninguém viu a Jeanie Szabo (Sunny Suzanne Johnson) em outros filmes. A atriz faleceu um ano depois, por conta de um aneurisma.
Mas acho mesmo que “Tcheniffer” estava a pé de namorado. Guardadas as devidas proporções – já que nos anos 80 todo mundo deu uma embagulhada – o Michael Nouri está mais para galão do que para galã. E olha que ele devia ter alguma coisa, porque disputou o papel com o Kevin Costner. Outro cotado para interpretar Nick Hurley, foi o “demon” do Kiss, Gene Simmons, mas ele ficou com medo de abalar sua imagem. Já Paul Stanley...

terça-feira, 24 de março de 2009

Cuidado com a Cuca

A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project – 1999)
Diretores: Eduardo Sánchez e Daniel Myrick

Uma década depois... ele ainda me engana. Aliás, esse deveria ter sido o primeiro post do blog, porque é impossível falar de A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project – 1999) sem mencionar o tanto de gente que esse filme enganou. Vide faturamento: 22 mil dólares para fazer, que geraram espantosos 240 milhões. E tudo começou com os diretores-roteiristas, Eduardo Sánchez e Daniel Myrick, com duas câmeras na mão, pouco dinheiro no bolso, três atores semi-desconhecidos e muitas mentirinhas na cachola. Essa dupla intrépida era tão enganadora que começou enganando os próprios “três atores semi-desconhecidos” dando a eles apenas um resumo do “mito” por trás do filme e jurando de pé junto que era tudo verdade. Piores que marido traído, os “três atores semi-desconhecidos” foram saber que nunca houve lenda alguma só depois que o filme foi lançado.


E esse povo sofreu. Corre à boca pequena que para promover a discórdia entre os eles, os diretores davam-lhes menos comida a cada dia de filmagem. Gente faminta = péssimo humor. Inventaram, ainda, de sair correndo pela mata quebrando gravetos e até aquela cena da barraquinha quase sendo carregada foi surpresa para os “três atores semi-desconhecidos”. Agora, imaginem vocês: estamos “gravando” no meio do mato, famintos, mal-humorados, cansados, sem saber qual será a próxima cena, acreditando que existiu uma mulher que matava criancinhas naquele pedaço e de repente um monte de loucos começa a sacudir a barraca e imitar choro de crianças, deixar pedrinhas na porta, pendurar gravetos e tudo mais. Detalhe: isso no maior breu. Qual a sua reação?

a) Choro e fico melequento;
b) Só não cago porque não tenho “feze” pronta;
c) Saio da barraca p* da vida xingando até a quinta geração do moleque que está “atrapalhando” as filmagens, afinal, como diria Christian Bale: “Are you professional or not?”;
d) Utilizo a palavra "fuck" 154 vezes;

Logo depois trataram de espalhar que as filmagens eram reais, e muita gente ainda se confunde (vide: eu) sobre a veracidade das cenas, exatamente pelo fato do filme se apoiar em uma estética de documentário. Aliás, quando vi o filme em 1999 ele veio na rabeira de uma campanha publicitária poderosa, principalmente para quem tinha internet e podia acessar o site do The Blair Witch Project. Antes de ser lançado, os “três atores semi-desconhecidos” foram listados como "desaparecidos, presumivelmente mortos" no IMDb. No mais tudo foi feito na base do “fundo de quintal”, tipo a casa da atriz melequenta que é na verdade a casa de um produtor assistente – o qual também faz uns bicos de câmera. A garçonete entrevistada, que é interpretada por Sandra Sánchez, a irmã do diretor Eduardo Sánchez e por aí vai. Vai ver que as marquinhas de mão nas paredes da cabana foram feitas pelos filhos do diretor em um descontraído “family time” com o tema “pintura com os dedos para filme de terror do papai”. Sem cachê, claro.

Fato é, em 2004, uma tia com quem eu morava resolveu comprar o filme e eu resolvi ver de novo, de tarde, para não dar muito medo. OK, vi tudinho. Não contente com isso, vamos aos extras: entrevistas, fotos dos “três atores semi-desconhecidos” quando crianças, no maior estilo “Cold case”. Ainda me inventam de colocar umas informações sobre bruxas e até hoje eu não sei se eu imaginei uma mulher toda coberta de pelos como o filme descreve ou se vi a bicha na vera lá nos extras. Resultado: uma pessoa três noites dormindo com a luz do quarto acesa e nas duas primeiras na cama da tia, com a tia. Acho que tive mais medo do que lá em 1999, quando eu ouvia falar de Blair como sendo o mais assustador desde “O Exorcista” – filme este que não vi e se Deus me permitir, passarei desta para uma melhor sem tomar conhecimento.

Blair, além de me tirar o sono, me irritou porque me deixou a mercê da minha imaginação fértil. Não vi bruxa, não vi criança, não vi caçadores esquartejados, muito menos os cadáveres dos “três atores semi-desconhecidos”. Eu imaginei tudo isso de madrugada, com a mão no bolso, (na ruuuuaaaa...) o que é muito pior. O máximo que mostraram foi um saco com uns cabelos dentro e algo que sugeriam ser uma língua, dentes e vísceras de um dos “três atores semi-desconhecidos”. É aquela velha história do vampiro no quarto escuro que, quando você levanta e vai conferir, não passa de uma camisa que alguém deixou pendurada na cadeira.

Meu diálogo favorito é sem dúvida:

Heather Donahue: How's east?
Michael Williams: East?
Heather Donahue: Yeah, we've been going south all this time. How's east?
Michael Williams: Wicked Witch of the West, Wicked Witch of the East. Which one was bad? Heather Donahue: Wicked Witch of the West was the bad one. Michael Williams: Then we should go east.


Muito mais pelo Mágico de Oz do que pela Blair, claro.
Justiça seja feita The Blair Witch Project abriu alas para um monte de gente fazer a mesma coisa com mais dinheiro no bolso. Vide Cloverfield, Rec, Quarentine (versão chupadíssima do Rec), Diary of the Dead, entre outros.

Mas a cena que fez todo mundo ir embora sem entender nada, ou p**, ou ainda se achando a última cocada da baiana por ter captado o espírito da película, é a cena final. Tá lá mais um corpo estendido na parede de “mão no muro”. E, aí? E aí nada, né? E aí, cabô. Em oito dias foi feito um filme independente que faturou tubos. Seu recorde de arrecadação só foi superado em 2002, por Casamento Grego (My Big Fat Greek Wedding). Mas se querem saber sugiro aqui um final alternativo que teria dado o que falar. E se em vez da bruxa cabeluda, em vez do sujeito “mão no muro”, em vez de câmera caindo e melequenta gritando que nem porco no matadouro, a cena cortasse para ela: a fonte de inspiração do penteado e da maquiagem de Amy Winehouse, a rainha da Sessão da Tarde, uma bruxa que tem peito pra aparecer? Eu acho que sinceramente seriam outros 500. Milhões de dólares, claro.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Morcegos e lagartos

Os Garotos Perdidos - The Lost Boys (1987)
Diretor: Joel Schumacher

Vamos diretíssimo ao assunto: The Lost Boys me enganou porque Jason Patric não é Jim Morrison. Calma, eu não descobri a pólvora. Mas tente explicar para uma menina do interior que o sujeito que aparece no pôster da caverna dos vampiros é uma lenda do rock e não aquele sujeito igualmente cabeludo que faz o papel do mocinho no filme. Ora, minha gente, acho que a intenção do povo era, no mínimo, aludir à semelhança entre os dois “vampiros” – Morrison e Patric. Reparem no trailer do filme a seguir, bem aos 0:55 / 4:55:



As imagens aparecem, inclusive, sobrepostas. Enganação escancarada MESMO. Mas também, quem não gostou desse filme, né gente? Eu com 8 anos na época, devia estar me dedicando a fontes mais “infantis” de entretenimento e no entanto me rendi. Papai também foi cúmplice. Alugou a película, oras. E como diria o candidato a padrasto dos meninos no filme “Don't ever invite a vampire into your house, you silly boy. It renders you powerless.”

Mas Garotos me enganou por outros motivos. Lembram do sujeito que aparece tocando saxofone no início, com uma calça coladinha e todo brilhante de “suor”, rebolando mais do que a Globeleza? Eu achei que o cara estava tocando um metal mesmo, pra capeta nenhum botar defeito. Eu olhava aquilo e pensava “Chic, estou vendo um filme de rock”. Tudo bem, aí a culpa também é do papai que só ouvia boleros, tangos e tchatchatchas. E a gente vai crescendo e gostando.

O elenco tem outras figuras inesquecíveis (que caíram no ostracismo), tipo o Corey Haim, que eu não sei vocês, mas para mim sempre será o garoto de Sem Licença para Dirigir (License to Drive - 1988), que queria pegar a personagem da Heather Graham (Mercedes Lane) no filme e destruía um Cadillac azul em nome desse propósito. No mesmo filme – e eis aí outro fato interessante – está também Corey Feldman. O Edgar Frog de Garotos, o Bocão de Os Goonies e o cara que ficou conhecido como primeiro namorado da Drew Barrymore. Outra enganação: eu achava que todos eram “monstros do cinema internacional”. Tipos, a seção da tarde pintava os caras assim, uai. Eles e o Macaulay Culkin que até hoje “apronta muitas confusões” todo fim de ano na temperatura máxima (cu-ruz).

Quem me parece estar melhor é o Kiefer Sutherland, no filme e atualmente. Envelheceu bem, ganha rios de dinheiro e é o Jack Bauer, né minha gente? Nem precisava mais nada. Mas, ainda assim, é filho do pai dele, o que já seria suficiente para me fazer reverenciá-lo Ad Eternum pelo dom de nascer bem.

Por fim, não posso deixar de comentar que, Jason Patric, além de se passar por Jim Morrison, tentou me enganar fingindo ter cabelo! E aquelas franjas super bufantes e cacheadas dos anos 80 também davam o toque. As entradas ficaram escondidinhas, heim, Patric? Pois bem, se eu pudesse ter estado lá naquele momento eu daria a real: “_Jason, my dear, você é um luxo de lindo. Mas, ASSIM que o filme acabar, bora comprar um Kit Shampoo + Tônico + Condicionador Hair Sink ou mesmo uma Loção do Senhor Vicentino de Moeda, meu filho. Trust me, antes da continuação de Velocidade Máxima (1997) você já será um homem com a famigerada pracinha na cabeça”. Mas como isso não foi possível, só me resta dizer Cry little sister (thou shall not fall...).